Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
Diz o velho Aristóteles em Ética a Nicômaco: "A vida de atividade é conforme à virtude aprazível por si mesma, pois o prazer é um estado da alma, e para cada homem é agradável aquilo que ele ama; e não apenas o cavalo dá prazer ao amigo de cavalos e um espetáculo ao amador de espetáculos, como também os atos justos aos amantes da justiça e, em geral, os atos virtuosos aos amantes da virtude".

Isso tudo pra falar da busca pela felicidade, fim finalíssimo, sumo bem, que se busca a partir de escolhas morais e das formas de vida que se escolhe. Para ele, a mais nobre seria a vida contemplativa, em que se buscam as virtudes. Mas, no entanto, d
iz Ari, por vezes, tópicas, a felicidade se encontra na resolução de conquistas mais mundanas, almejadas na vida vulgar. Riqueza, quando se é pobre; o ser amado, quando se está apaixonado; saúde, quando se está doente; etc.

Quero seguir nas lutas justas, ah, mas como entendo meu querido Aristóteles. Venho passando por tantos problemas chatos de saúde, que estão requerendo imensa paciência e cuidados dos que me amam, me levando a travar pequenas mas intensas lutas diárias, para me estabilizar novamente.
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Concordo com Ari que a felicidade, a grande, só mesmo na vida política e na vida contemplativa, em que as conquistas são para todos e, como estão apoiadas nas virtudes, nada, nenhum revés ou intempérie do destino, pode retirá-las de você.

Mas, em algumas momentos da vida, sem dúvida, como sábio Ari já nos diz
ia, a felicidade está nesse pequeno bem, o cavalo para os que amam os cavalos, a saúde para quem está doente... sem esquecer que existem outros bens mais justos e nobres, que sejam para todos e nao para si. Mas também sonhando com esse momento de libertação daquilo que oprime, desanima, impede, cansa, aquela pequena mas tão grande conquista, ficar bem, sentir-se bem, respirar em paz.

Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
tinha esquecido desse vídeo, mas meu querido aluno Alexandre me lembrou. Uma das maiores vergonhas alheias do mundo. A cara de espanto e constrangimento dos índios; a roupa dela imitando uma veste índigena norte-americana; a hora em que ela solta a cabeleira loura; a dança final... que vergonha alheia!!!!

Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
Acabei de ler o livro Só garotos (São Paulo, Companhia das Letras, 2010), misto de memórias e biografia parcial da artista norte-americana Patti Smith, englobando principalmente a parte de sua vida em que ela conheceu e conviveu com o tb artista dos EUA Robert Mapplethorpe.

Que livro lindo! Valeu, a meu ver, por cada centímetro o National Book Award que recebeu em 2010. Num ligo mt pra essa coisa de prêmio etc., mas eis um caso de meritocracia. O livro merece, é um desfile de esperança, sonhos, delicadezas, fases lindas e inocentes da vida, amizade, amor, abertura de visão de mundo... enfim, um belo livro.

Não conhecia nenhum dos dois, nem Robert nem Patti, e já me sinto íntima. Bom quando um livro traz pra nossa vida aquelas pessoas, suas histórias, seus pequenos segredos, suas epifanias... peguei o livro na livraria sem saber quem eram os personagens, nem de prêmio nem de nada, meio que influenciada pelo curso que pretendo dar com Marildão na pós em 2011 sb memória. Que maravilhosa surpresa!

Me emocionei em vários trechos, levitei em outros, sorri condescentende em alguns, adorei todos. Por motivo particular (a casa de meu tio amado, em que me hospedo qdo vou pra NY, fica exatamente em frente ao hotel Chelsea, onde se passa boa parte da história narrada), ainda me senti mais ligada àquela história. Mas gostei mesmo foi da parte humana, que dupla!

Num quero contar nada pra num cortar a viagem do leitor, mas vou cometer uma pequena heresia e contar o porquê do título, que sintetiza o espírito do livro e da fase da vida dos dois personagens a que ele se refere. Em uma passagem do livro, nos conta Patti, eles passeavam, em fins dos 60, pela Union Square, em NY, entre hippies, artistas, ativistas políticos, vestidos exoticamente e totalmente integrados naquele lugar, sonhando em serem parte definitiva dele, começando suas carreiras, ainda tateando sobre seus talentos, passando perrengue e enfrentando tudo em nome da liberdade e do sonho... Nisso, uma mulher, provavelmente turista, os vê e diz para o marido: "olha, dois artistas, fotografa eles" (algo assim, estou narrando de memória, portanto, pode não ser literal). E o marido responde: "ora, são só garotos". Nada mais sintético do espírito do livro: uma ode ao tempo da juventude e da delicadeza, só garotos e seu sonhos. Que lindo, que sensível! esse é o tom do livro, amei!

Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
vira e mexe me deparo com essa interpretação magistral da Gal Costa, perdida em meu mp3. Sempre me emociono e aumento o som. Lindão!
De quebra, vídeo divertido do Fantástico e mais os figurinos da época. !977. hehe.