Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:

O recente episódio envolvendo a repórter Leilane Neubarth e a entrevistada Gilberta Acselrad, professora e coordenadora do Núcleo de Estudos, Drogas, AIDS e Direitos Humanos da UFRJ, em entrevista sobre drogas na GloboNews, que acabou virando coqueluche nas redes sociais, me lembrou piada antiga e esclarecedora que conto em sala para os alunos de Sociologia.

Lá vai a piada (no final, o vídeo com a já histórica entrevista, para quem quiser ver e rever):

Cena 1 - Dois homens estão passando por uma rua e encontram um prédio cheio de rachaduras. Um deles diz:
- Ih, já era, esse prédio vai cair...
O outro responde:
- Não, tem salvação, depende da intervenção, hj em dia tem técnicas modernas de reparo, com tecnologia de último tipo etc.
O outro retruca:
- Que nada! Olha o tamanho das rachaduras. Vai pro chão!
- Tô te dizendo, rapaz. Tem jeito, sim. Eu sou engenheiro civil, estudei cinco anos disso, sou especialista nessa área, te garanto q tem solução.
Ao que o outro responde:
- Ah, bem! Se vc é engenheiro, nem vou discutir. O especialista é você...

Cena 2 - Dois homens estão passando por uma rua e assistem a um acidente de automóveis, com feridos. Um deles diz:
- Ih, já era, a mulher já vai morrer...
O outro responde:
- Não, tem salvação, depende do socorro rápido, hj em dia tem técnicas modernas de sutura, com laser etc.
O outro retruca:
- Que nada! Olha os miolos dela no chão. Tá morta!
- Tô te dizendo, rapaz. Tem jeito, sim. Eu sou médico, estudei seis anos disso, sou especialista nessa área, te garanto q tem solução.
Ao que o outro responde:
- Ah, bem! Se vc é médico, nem vou discutir. O especialista é você...

Cena 3 - Dois homens estão passando por uma rua e assistem a uma intervenção da polícia numa favela, com tiroteio. Um deles diz:
- Ih, num tem jeito não, aí só tem marginal, tem que explodir tudo...
O outro responde:
- Não, tem jeito sim, depende de intervenção correta, que leve em consideração a desigualdade econômica e política historicamente construída, buscando uma política de respeito e tolerância, que promova a cidadania, a inclusão social etc.
O outro retruca:
- Que nada! Isso é resultado da miscigenação, povo preguiçoso, essa gente tem que morrer!
- Tô te dizendo, rapaz. Tem jeito, sim. Eu sou cientista social, estudei a minha vida inteira isso, sou especialista nessa área, te garanto q tem solução.
Ao que o outro responde:
- Essa é a sua opinião... num concordo. A minha é a seguinte etc.

Aqui vai o link para a entrevista citada acima.