Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
1) gosto por demais de ficar aqui no nosso ap de Cabo Frio. Vento, praia, quebra de rotina, ideal pra caminhadas, sorvetinhos, enfim, gosto e relaxo bem. Mas fico cheia de ódio no pirú nos domingos e segundas à noite, qdo uma igreja dos infernos que tem aqui na Passagem faz seus cultos do diabo com muito barulho, louvores infernas, coisa do demo mesmo. Estou enrolando há tempos pra tomar uma providência sobre isso, mas chega. Vou entrar na justiça contra essa desgraça. Fico pasma com a falta de respeito. E é capaz dessa cambada ainda alegar perseguição religiosa. Novamente: COMO É Q PODE PEDIR DIREITO LIBERAL PARA EXERCER PRÁTICAS DE DESRESPEITO???

2) ando numa fase de sorvete. Fiquei doida com o de iogurte com frutas em NY. Babei pelo de coalhada com rapadura em Fortaleza (hummmm, fico doida só de lembrar). E tá valendo tdo: italiano, kibon, mcdonald's, bob's, quasar... e o verão nem chegou ainda! quem me segura???


3) breves coments sobre Fortaleza: adorei! gostei do clima, da paisagem, do lugar. Quero voltar e conhecer mais o literal do Ceará. Mas ainda não apareceu nada que superasse, em termos de beleza, os lençóis maranhenses. Aquilo é o paraíso!

4) ando em fase de ler romance policial. Recuperando mania de adolescente. Li tudo de Agatha Christie quando tinha meus 15 anos. Há uns cinco anos tentei ler e fiquei em estado de choque com o tom etnocêntrico, racista e preconceituoso da velha dama inglesa, principalmente nas histórias ambientadas na Índia. Desisti e deixei na memória afetiva, era mais negócio. Mas meu gosto pelo gênero foi recuperado pelos livros de Andréa Camilleri, apresentados a mim por meu querido amigo Maurinho, com o fabuloso comissário Salvo Montalbano como personagem central. Sua visão de mundo, seu pavor de promoção e visibilidade, sua alegria em viver próximo ao mar, sua dificuldade em abrir mão de viver só em sua casa embora não tenha a menor dúvida de seu amor por sua eterna namorada Lívia, sua impaciência com os lentos e seu senso de justiça, sua alegria frente a um bom prato de comida, de preferência com frutos do mar, beringelas e azeites e, principalmente, seu mau-humor com o mau tempo, em especial dias fechados e chuvosos... tudo isso faz de Montalbano o maior alter-ego com que já me identifiquei. E a medida em q os livros iam passando, ele ia envelhecendo e sentindo o baque, trajetória com a qual tb me identifiquei demais. Devorei todos os livros com Montalbano (já falei dele antes aqui, eu sei, mas gosto demais, fiquei com vontade de falar de novo). E isso reativou meu desejo de ler romances policiais. Li e gostei mais ou menos de Garcia-Rosa e seu detetive Espinosa. Li e gostei muito de Connelly e seu detetive Bosch. Agora quero conhecer outros. Vou mergulhar na coleção negra da Record, lá na minha private libray na casa de Maurinho.
Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
Amei, novamente, a viagem q fiz pra NY. Queria fazer alguns resmungos sobre isso e partilhar com meus amigos leitores, nem que seja o meu próprio ego, hehe.

1) amo o jeito de NY. Aquela babel toda, gente de tudo qto é tipo e jeito, aquele tumulto linguístico e visual, adoro mesmo, é um banquete antropológico pra mim, me deleito.

2) gosto tb da indiferença do olhar, sinceramente. Adoro o total sentido de indivíduo que sinto lá. Sei q diariamente deve ser angustiante, q faz falta pensar comunitariamente etc. Mas como supressão da rotina, férias, q delícia ser um nada no meio da multidão.

3) gosto daquela ilha praticamente reta, sem ladeiras, subidas, contornos. Adoro andar a esmo, entender a lógica, andar, andar, andar... Como diz Alberto Caeiro, no meu poema preferido, "Um pensamento visível faz-me andar mais depressa e ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo". Sinceramente, sinto que essa frase foi escrita pra mim.;)

4) acho q é a meca do consumo, um shopping a céu aberto, um templo do consumismo etc. e q me deixo seduzir por ele, sem dúvida. E também fico chocada, sem dúvida: ano passado pela amplidão das ofertas, tantas lojas, marcas, cores, tipos, produtos; esse ano pelos efeitos visíveis da crise, com grandes lojas (Virgin, Converse, Circuit City etc.) fechadas, a variedade e a quantidade de produtos visivelmente menores, a presença mais eloquente dos homeless pelo metrô, nas ruas..., e, obviamente, pelo contraste entre opulência e miséria no mundo, hiperconsumo e exploração do ser humano, individualismo exponencial e perda das referências de luta coletiva etc.

5) mas confesso que quando lá fico mais fascinada do que chocada. Em parte, porque é lugar de afeto, onde reside tio muito amado. Mas também porque é um mundo muito impressionante, cujas lógicas culturais, a meu ver, são chocantes e profundamente sedutoras. E entendi pessoalmente a percepção simmeliana do hiperestímulo das grandes metrópoles: numa das últimas noites, ao deitar para dormir, eu ficava vendo, de forma similiar a quando jogamos muito tempo no computador ou no vídeogame, prateleiras de produtos - tênis, bichos de pelúcia, perfumes etc. - se alternando no meu inconsciente, como se fossem peças de majong ou tetris caindo sem parar. Te falar, fiquei bem impressionada com isso. E como estava diante de algo novo, pouco visto ainda, com o qual ainda não me familiarizei, não consegui criar, como sugere Simmel em seu premonitório artigo no começo do século XX (veja no blog do GRECOS), os filtros da atitude blasé, que me deixassem indiferentes ao hiperestímulo visual e sonoro.

6) Por fim, fico sempre pasma e incomodada com a sensação de segurança cotidiana que percebo por lá. Essa coisa de deitar relaxada nos parques, nos bancos, nas praças, mesmo nas calçadas, e dormir, ficar ouvindo música e olhando pro céu, mexendo no computador, olhando pro nada, falando ao cel, conversando com a cia ao lado, enfim, essa largação na via pública me fascina muito, sinto muito a falta de poder fazer isso aqui sem achar q serei roubada, agredida etc. Não é que lá seja impossível ser assaltada etc. é possível, mas não é provável. E isso altera muito a sensação do estresse permanente. Dá invejinha. Embora saibamos de todas as questões históricas, sociais, econômicas, políticas e culturais envolvidas nisso (pra não vir ninguém me dar aulinha sobre diferenças, please, me poupando no meu bloguezinho), a questão concreta é que dá uma vontade de ter isso.

Lugar estranho. Achei q fosse me incomodar mais essa big capital do capital. Mas me sinto bem pra caramba. E tenho um pouco de crise com isso, mas nada muito grave. Resmunguei com vcs, valeu!
Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
Nesta semana, meio desaviItálicosada e com insônia, assisti na madruga na Globo na Sessão Brasil (ou algo assim) o filme "Anjos do sol", de Rudi Lagemann. Olha, eu gostei muito, mas tô impressionada até agora... A história da exploração sexual das meninas é muito forte, elas trabalham bem, o Calloni está perfeito, filme soco na boca do estomâgo. Também recomendo, mas preparem-se, num é hollywood não.

Para saber mais, clique aqui.

Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
Ganhei de presente, no mês passado, de meu querido ex-aluno e amigo Lucas, o livro Frenesi Polissilábico, de Nick Hornby, um de meusItálico autores preferidos (amo especialmente Como ser legal, recomendo muito, além dos conhecidos AItálicolta Fidelidade, Febre de Bola etc.). Terminei de ler ontem (foi minha cia de viagem em NY - e cia perfeita, pq eram críticas curtas, dando aquele tempo certinho pra quando a gente que é viciado em ler precisar fazer a leitura meio soluçando, ou seja, nos intervalos entre uma coisa e outra, sem continuidade), gostei muito, recomendo mesmo, especialmente para os que são: a) fãs do Hornby; b) fãs de literatura; c) ávidos por crítica cultural inteligente, sem ser pedante e escrotinha, que ensina, delicia, faz pensar, relativiza, humaniza os livros todos. Um show!

A aposta do Hornby é fazer críticas bem-humoradas, a partir de leituras aleatórias mensais, para mostrar que é impossível descolar um livro e a impressão que se tem dele do momento que se pratica a leitura, se é nas férias de verão ou no meio de um semestre atribulado, se vc tem filhos pequenos ou mora sozinho, se seu time está na lanterna ou nas finais do campeonato, enfim, Hornby capricha para mostrar que a leitura está atravessada pelo mundo da experiência concretíssima do dia-a-dia, pela memória, pelos outros discursos e referências. Repito: um show!
Vou destacar dois trechos que adorei, dentre muitos outros (um bem sensível, outro bem debochado, e eu adoro essa mistura):

- "Dois meses atras, fiquei deprimido ao me dar conta de que havia me esquecido de praticamente tudo qItálicoue li na vida. Só que já dei a volta por cima. Estou agora animado pelo seguinte: já que esqueci tudo que li, então posso ler novamente alguns dos meus livros preferidos como se fosse Itálicoda primeira vez" (grifos dele, p.49)

- "Se eu tivesse que escolher entre um fã de Celine Dion e as comédias recomendadas por Anthony Burgess, eu ficaria com a pessoa que está de pé em cima da mesa cantando "The Power of Love" sem pestanejar!" (p.205).

Tem como não amar?
Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
Resmunguei há pouco no twitter que num concordava muito com a consagrada idéia de que amigo é o irmão que a vida nos permite escolher etc. Não escolhi meus amigos, eu sempre me apaixono por eles e vice-versa. Como disse Pedro Lapera, meu amigo, tb no twt, "é muito mais um encantamento do que uma escolha racional". Acho que é isso, alguma coisa meio mágica faz com que a gente, no meio da multidão toda que é o mundo, goste mais de alguém, confie nele, queira estar perto, sinta vontade de rir, sinta ciúmes tb (num me venham com essa história de que amigos não sentem ciúmes, nemvemquenãotem!), sofra junto, tenha vontade de matar às vezes...

Sempre fui abençoada com essa história de amigos. Tive e tenho amigos de tudo qto é jeito. De infância, da rua e da escola, da adolescência, da igreja, do colégio, da faculdade, do bar, do trabalho, dentre meus alunos, na família, que conheci meio sem querer (amigo de amigo, alguns encontros pela vida, "já tinha ouvido falar de vc", essas coisas). Meus amores tb sempre foram grandes amigos. Desses amigos todos, alguns mantenho até hoje, outros se foram aí pela vida (alguns com bons motivos para terem ido, pois, como disse no twt tb, acho que depois que a gente conhece a maior parte de nossos amigos mais a fundo a gente escolhe matá-los ou não, aí acho que é questão de escolha, sim).

Num vou ficar elencando aqui nomes de amigos, seria injusto, sempre esqueceria alguém e tenderia a listar aqueles mais em evidência no momento, qdo outros, em outros momentos da vida, foram tão importantes qto os que agora o são. Mas queria agradecer. A todos os meus amigos, q amém não são poucos, por essa história toda. E deixar umas pistas por aqui, pra lembrar deles pra sempre (e deixar que eles brinquem de se achar aqui):

picolé de uva no tapete verde de meu quarto na casa de mãe; ouvindo A Cor Púrpura e tomando vinho; viagem pra Mauá, Mury, Lumiar, Nordeste, Sul do país, Floripa, Macabu, RO, Cabofri, Araruama, Serrinha, Maricá, Ouro Preto, Porto Seguro, Varre-sai, Iguaba, Friburgo, Miguel Pereira, Ibitipoca, NY etc.; jogo de buraco aos domingos com pastinha de kani e de ovos; violão em dupla por seis horas seguidas; vendo Friends de madrugada aqui em casa; mão no peito no bar em fim de período pra acabar com choro triste; seis horas no skipe NY-Niterói; gudan no cheiro de mar; separar recorte de jornal ao mesmo tempo que o outro pra ver expo de Toulouse-Lautrec; longa história com orientador e secretária eletrônica pra justificar apelido carinhoso; beber muito e só aceitar parar de dirigir qdo diz "num tô bebada, se tivesse trocava as síbalas"; espetar a bunda da coleguinha com compasso a aula toda e só sossegar qdo a coleguinha se encheu, berrou e foi expulsa de sala; auau e oinc-oinc; sofocley; veialacrelowe; almoço mensal no McDonalds de Realengo e a coca light mágica; tardes de papo na Casa Velha; gravar fitas de presente durante horas e com toda a lógica do mundo; radinho vermelho consertado pelo pai; beijos roubados nas madrugadas; carro enguiçado sem gasolina; fusca vinho e torta de limão; fusca amarelo e buzina que acelerava o coração; mau-mau com "vamos fuder a gorda"; "Corre que a gente tá sendo assaltada"; jogo viking na piscina; piscinão de ramos; história longa sem pé nem cabeça que sempre num tem graça no final; voto de silêncio; pedindo a comida pra mim no Bibi sucos; chopp e pizza de champignon com alho no bigodão; queimado, bandeirinha, pique e stop no quintal de macabu; partida de buraco de 50 mil valendo uma laranja ou um guaraná caledônia; correndo pra assistir treino de futebol na praia do Leblon à noite; pizza a onze real; lanchinho no lami depois do grecos; circulando de casa em casa de bike em sanfran; pegando dois ônibus pra fazer trajeto sanfran-fonseca; organizando time e torcida de olies; conselho de classe na casa de mãe, com piscina, macarrão e suco de caju, pra 40 cabeças; taco na rua de sanfran; master, desafino, imagem&ação, perfil, trivia, adedanha, dicionário, war, detetive, pega vareta, resta um, dama, xadrez, ludo, escravos de jó, 21, poquer, buraco, maumau, tapão, quatro damas, robamontinho, dominó, crapot, bom dia meu senhor, palavrão, mexe-mexe, yam etc.; cia pra ir pra médico, banco, jantar de pai, roubada, encontro às escuras etc.; saída pós-reunião de pauta/fechamento globo niterói pra beber nos Jogados Fora; pão de cebola da beira-mar; conversa de quatro horas sentada no hidrante da moreira com pres. backer; reguinha e Faminha; assistir às finais do mengão com a cachorrada toda; caio martins e maracanã; frescobol; praia e caranguejo; almoço na sexta no Monteiro com almôndega, xavecada e língua mordida; galeto com omelete e farofa brasileira perto do globo; gosto parecido por literatura e segredos amorosos partilhados; desabafos e pizzas no nitgrill; risadas no museu; dia inteiro na praia das Conchas; sequência de tombos: pastel, cachoeirão, enterro da árvore de natal velha, moto, cipó; tradicional "jantar de fim de ano dos amigos" e momento "esse veio ao mundo a passeio"; orelhão no tapão na puc; assistir jogos de handebol e basquete cem mil vezes; dormir na casa das meninas na vila; amigo oculto com "donde estará el Duda?"; ir no convento de santo antonio dia 13 de junho pra pegar benção; pão com mortadela no laboratório; comida nordestina no Tinguá, com sinuca e "undererê" na jukebox; o mesmo banco pra conversa fiada na praia de sanfran; grupo de estudos de cinema e ficar na sala ouvindo Legião; casas em que me senti bem, no beltrão, no flamengo, em laranjeiras, em sanfran, em são domingos, em santa rosa, na tijuca, na lagoa, em macabu, no ingá; ovo recheado e "paga pra mim q tô sem trocado"; fatia de quindão; dormir de mão dada; histórias, histórias, histórias sem fim...
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Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
Minha mãe e meus irmãos sempre debocharam de minha euforia com Friends. Me achavam nerd e meio idiota pq eu ria muito com aqueles seis (meus irmãos me acham muuuito otaku, hehe). Mal sabiam eles que em casa eu era comedida pra caramba, eles precisavam ver como que eu assistia Friends quando estava no laboratório de jornalismo que coordenava lá na Castelo... eu e meus amados estagiários ríamos de gargalhar, muito, e era de praxe parar a aula às 20:00 pra assistirmos o episódio inédito da terça-feira. Ai, ai, aquilo era uma tradição maravilhosa.


Friends foi a primeira e mais amada série que acompanhei. Até hoje choro de rir qdo vejo episódios esparsos. E qdo deprimi feio em fevereiro último com as então sombrias perspectivas sobre minha saúde, foi a eles, meus amiguinhos, que recorri para gargalhar e esquecer, vendo compulsivamente um episódio atrás do outro.

Depois tive outras paixões: Lost, Dexter e The L Word. Claro que vi tb partes de uma penca de outras séries, desde Felicity (a piranha com o gravador, hahahaha) até Will and Gracie, passando por The 70's show até Weeds, por aí vai... Mas gostar mesmo, gostei dessas quatro que listei acima, com Friends em primeiríssima.

Ontem, num fôlego só, vi/revi toda a terceira temporada de The L Word. E chorei pacas com a morte de Dana, minha personagem preferida. Essa coisa de série é estranha mesmo. A gente se apega de uma forma que o troço fica na cabeça, a gente se envolve, é meio tipo novela mas num é, sei lá, parece amigo da gente. Bem, difícil de explicar. Acho que só os otakus me entendem. ;)
Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
Infelizmente, vou doar os meus all stars. Com tristeza, pq sou doidinha por eles, especialmente o laranjinha, que comprei com o dinheiro do porco. Não são muitos, mas sempre me sinto bem qdo os coloco nos pés, me lembram a leveza dos meus vinte anos. Fiquei muito tempo sem usar, tornei há alguns anos, e agora a fascite maledeta me impede de usá-los, pq com eles a dor volta. E prefiro, mesmo amando meus caninhos curtos de lona, um pé saudável e sem dor. Mas lamento, confesso, essa despedida. O q salva é que é minha sobrinha q vai herdá-los, e eu a amo muito e tenho com ela imensa afinidade. Bem, já é um consolo. Mas vou chorar lagriminhas fetichizadas qdo eles se forem, mais um pedaço de meu lado Peter Pan que se encerra. "Vida, vida, vida, que seja do jeito que for".

Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
Tô aqui ouvindo e vendo o show do RC no Maracanã, e toco a me emocionar quando ele canta músicas antigas, tipo "Eu te amo". Isso me lembra muito minha infância, meu radinho vermelho que só pegava AM, "show dos bairros" na rádio Mundial, Rádio Popular Fluminense de Conceição de Macabu, os discos que minha madrinha Leninha sempre nos dava do Rei no natal, ah, eu escutava e gostava muito. E ainda tinha a espera quase mágica pelo show do Rei, especial de Natal, era um evento comparável à missa do Galo. Já falei isso numa banca, inclusive: o show anual do Rei, na cidade do interior dos anos 70 e início dos anos 80, era uma cerimônia televisiva e presencial, um ritual mítico, muito diferente, em termos de fruição, da experiência do público urbano. A gente ia assistir aos shows do Rei na casa de Tia Vilma, que tinha tevê em cores e quando a imagem estava boa o povo exclamava que "estava que nem um tapete", hahahaa, que saudades!

Isso me fez lembrar uma coisa q já queria postar aqui, sobre música brega. Tem a questão do gosto etc. Tem tb uma certa vontade de implicar, que faz com q a gente escute, cante e toque na viola só pra irritar os pretensos puristas e eruditos. Mas, no meu caso, tem a ver com memória e afeto tb, e muito.

Lembro que quando li o magistral "Eu não sou cachorro, não", livro do Paulo Cesar Araújo (que depois iria escrever uma belíssima biografia sobre o Rei, aquela da polêmica e da proibição babaca que quase me fez desgostar de RC) sobre música brega, entendi perfeitamente quando ele, logo no prólogo do livro, contou como a música brega estava ligada à sua infância em Vitória da Conquista, na Bahia, tendo sido trilha sonora de muita coisa da história dele. Me identifiquei totalmente.

Kátia Cega, Jane e Herondy, Perla (a paraguaia, não a roqueira), Lilian, Luis Ayrão, Benito de Paula, Gilliard, Sidney Magal, Marquinhos Moura, Roupa Nova, os Fevers, Sullivan e Massadas, Ruy Maurity, Vanusa... ah, são tantas emoções, como diz o Rei, devo até estar esquecendo de muitos (só ao escrever aqui lembrei de Rosana, Adriana, Joanna, Yahoo, Gretchen... ih, se deixar a lista é infinita).

Eu ouvia esse povo diariamente no rádio, tocava (com coro familiar e de amigos) no violão e via nos programas de tevê, especialmente Globo de Ouro, no Chacrinha e no Silvio Santos. Poucas memórias me são tão afetivas e divertidas do que as do "Qual é a música?", do SS (sobre o qual farei outro dia um post em separado, ele merece), no qual esse povo era atração principal: Patotinhas x Gilliard; Ronnie Von X Gretchen; Ronaldo Resedá x Vanusa, "pablo, qual é a música?", "maestro zezinho, quantas notas?"... realmente, dias memoráveis, domingos inesquecíveis em Conceição, em Maricá ou mesmo em minha casa em Niter.

Tenho muitas preferidas. Até hoje, "Desabafo", do Rei, e "Sonhos", do Peninha, são carro-chefe nas minhas perfomances violeiras, e sempre fazem muito sucesso com o povo todo. Mas coloco aqui, de prêmio, a mais inesquecível: Kátia Cega em "Qualquer jeito". A minha amiga Adriana Facina está fazendo pesquisa sobre música popular e entrevistou vários desses nomes citados acima. Estou doida pra ler os resultados. Essa turma faz parte da história minha e de muita gente, e quando "fecho os olhos pra fazer passar o tempo", cantando com emoção cada uma dessas melodias, sim, amo, com orgulho, a música brega, amo, amo e amo!

Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
Ela morreu de amor, no dia do seu aniversário, tirando sua própria vida aos 36 anos. Seus poemas são tão, mas tão bonitos que quase desfaleço quando, em fases mais melancólicas, me pego relendo seus sonetos e rimas poderosas. Florbela Espanca, essa voz mágica do Alentejo. Realmente, tenho predileção pelos portugueses, vide "poemas preferidos - parte 1".

Podia escolher qualquer um dos que ela escreveu, acho quase todos perfeitos. Mas vou escolher três, dentre os que me tocam mais profundamente (o primeiro em homenagem à minha querida Lu Ribeiro, parece ter sido feito para ela): "Versos de orgulho", "É um não querer mais do que bem querer" e "Amar".
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Lembro como se fosse hoje. A gente na casa da Tina, em São Francisco, sem fôlego, vendo "Corpos ardentes". William Hurt e Kathleen Turner. Caramba, tão novos, sensuais, calientes. Aquele calor todo, aquela trama, aqueles olhares 43, aqueles cigarros, aquele suor... ai, "Corpos ardentes" foi um marco, nos anos 80, de nossa imaginação fértil!

Depois vi a KT em tantos outros filmes: "Guerra dos roses", "Tudo por uma esmeralda", "Minha mãe é uma assassina"... depois, como nunca mais a vi, só restou em minha mente as imagens glamourosas daquela atriz de tanto sucesso e beleza que marcou minha adolescência.

Hoje, levei um susto daqueles, quando, despretensiosamente, assistia a "Marley e eu". Tinha visto o nome dela nos créditos, até fiquei feliz, mas não estava preparada para aquela figura, a apoteótica KT, no papel da descabelada e masculinizada treinadora de cães.

Olha, sei q a vida é isso mesmo, as pessoas envelhecem, ficam diferentes, isso acontece com todos e comigo tb. Nem quero dizer q pessoas mais velhas etc. não têm beleza etc. Estou só lamentando o choque entre meu imaginário perpetuado, tão ingênuo, e a vida e sua temporalidade sempre tão eloquentes. Sei que as pessoas envelhecem, mas meu imaginário não.

Por isso, confesso, nem prestei muita atenção no drama canino, embora sensível (embora, tb tenha que confessar, aquela esfinge do Owem Wilson, uma versão loura do cigano Igor, num ajuda muito), pq estava era pensando no drama da vida. Pasmei! Please, alguém levanta o queixo caído do meu imaginário???!!!




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Outro dia declarei meu amor por Kandinsky. Aprendi com o prof. Afonso Henriques, na banca da querida Carlinha, que parte da arte moderna se inspirou nas pinturas rupestres para criar suas formas e estilos, Kandinsky entre eles, na busca dos arquétipos universais, as representações míticas e imemoriais. Kandinsky e também os grafiteiros, preferências favoritíssimas. Muita coisa se esclareceu pra mim naquele momento, pois gosto de pouca coisa em artes plásticas (embora admire e ache bonito uma penca de outras coisas, mas que não me falam ao...), dentre estas poucas, os que citei acima. Bom entender as coisas...

Mas hoje faço aqui homenagem ao meu mais preferido de todos, amo tuuuudo desse homem, tenho poster dele na minha sala de casa e tinha na parede de meu laboratório de mídia e Identidade (LAMI), gosto da fase dourada, da fase púrpura, da influência oriental com a técnica do preenchimento da tela inteira, como um mosaico, gosto da antecipação que ele faz dos rostos femininos auto-suficientes, autônomos, cheios de si, tão raros em fins do século XIX e que Hollywood iria consagrar depois com figuras como Marlene Dietrich, Rita Hayworth e Greta Garbo e amo, amo, amo "O beijo".
Gustav Klimt, essa perfeição!





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Olha, num tem como não gostar de Parati (não gosto do y, me lembra Nichteroy), esta é a verdade, inclusive na FLIP. Mesmo com aquela penca de gente andando pra lá e pra cá dando pinta de intelectual, de letramento puro, genuína sede de erudição, nada disso abalou nossa auto-estima. Cachaçamos, tb demos pinta, andamos pra cima e pra baixo naquelas pedras centenárias, olhamos aquele casario, compramos livrinhos e souvenirs, fofocamos e rimos bastante, enfim, pouco nos importava as mesas de debate, como já disse, já nos basta a quantidade de congresso malésimos que temos q enfrentar. Sinceramente, a professorada queria mesmo era festa!

Mas queria fazer uns coments finais:

1) casario, gente, o que é aquele casario? sempre me emociono. Tenho alma antiga. Mas sinto falta de uns banquinhos, como esse filho único no qual apareço sentada aí abaixo, pelas ruas da cidade, pra gente sentar e contemplar a vida.

Aquele vai e vem sem paragem (já q não dá pra sentar na soleira das portas, embora eu tenha tentado algumas vezes, hehe, vide foto tb abaixo) acaba parecendo shopping a céu aberto. Campanha já: bancos pra gente sentar, seu prefeito!!!

2) comprei um notebook cor de abóbora, souvenir da FLIP, pra fazer anotações, visando esse bloguinho aqui mesmo. Coincidentemente, comprei e li num dois "O Caderno vermelho", de Paul Auster, no qual ele recolhe historietas interessantes pela vida a fora e depois publica. Me inspirei e espero que o blog seja a publicação de meu "O caderno abóbora". Histórias não vão me faltar e em breve começarei essa série.
3) Por fim, ganhei de Maricota uma bolsa amarela, tb da FLIP, gracinha. Estou usando pra colocar trabalhos e monos neste fim de período, mas se deus quiser em breve terá um fim mais nobre: servir de bolsa de praia!!! Mas a bolsa amarela me lembrou livro MUUUUUITO querido, "A bolsa amarela" de Lygia Bojunga Nunes. Tentei achar um dos livros dela na Flipinha, mas neca. Demodê. Como pode? Premiadíssima, magistral, nunca esquecerei seus maravilhosos livros: além de "A Bolsa Amarela", "A casa da madrinha", "Angélica", "Os colegas", "O sofá estampado", "Corda bamba", "Tchau", "O abraço", "Nós três".... ah, meu pai, que saudades, queria tanto ler de novo, mas num tenho mais!

Ninguém tem pra me emprestar?

Na boa, obra-prima, fabuloso, escreve pra caraio!!!!
Quem quiser saber mais sobre ela, clica aqui.
Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
Devaneios. Esse é o blog de meu querido aluno Diego Dacal, por quem tenho grande admiração. Tem personalidade, é curioso, inteligente, boa pessoa e muuuito, mas muito multimídia. Levo a maior fé nele, gosto da sua visão de mundo - mesmo quando discordamos - e recomendo tudo q ele faz: foto, texto, blog etc.

O blog é esse.
O Flickr é esse.
E ainda tem o blog do projeto Olhar Oriximiná.
Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
amo Kandinsky. É um dos artistas que mais gosto e quando vejo suas pinturas, mesmo em réplicas mínimas na internet, quase sempre meu espírito se alvoroça. E algumas vezes fico mesmo emocionada. Arte é coisa engraçada, né? Pra muita gente, o amontoado de cores, traços, riscos de Kandinsky parece aleatório, nada dizem. Para mim, são comoventes.

Ano passado, quando estive em NY, tive a oportunidade de ver, ao vivo, o quadro de Kandinsky que tenho em forma de poster na sala de minha casa, e que adoro. Fiquei muito, mas muito emocionada. Como não sou muito ligada em artes plásticas, de forma geral, vou fazer uma serizinha aqui no blog com os meus preferidões, aqueles que me comovem pra valer. Comecei com esse queridão, pra quem olho todo santo dia aqui de meu sofá vermelho.

Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
Essa é uma das minhas preferidas, por muito tempo ficou como papel de parede do meu laptop. Altos papos!

Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
Acabei de ler Filho eterno, de Cristóvão Tezza. Sem dúvida, um bom e interessante livro. Bem escrito, original, obviamente comovente. Acho que merecia os prêmios que levou. Gostei, no geral.

Mas fiquei meio incomodada com o ego masculino do narrador. Mais do que uma narrativa sobre o filho, me pareceu uma narrativa sobre um umbigo masculino, um egocêntrico em torno de quem giram todos, inclusive o filho, a família, o mundo. Sei lá, achei pouco generoso com a alteridade.

Não estou falando que é reflexo do autor, de sua visão de mundo, de sua vida. Não o conheço e já tô meio escaldada pra não ter pretensão de cobrar coerência entre ficção e representação da realidade, mesmo sendo o livro em tese inspirado na história e na trajetória do autor.

Mas estranhei e fiquei meio pasmada com a ausência da mulher/mãe na trama, nada, nem um registro, só um fiapo, um nada que percorre poucas linhas (parece Geertz na descrição densa da "Briga de galos", em que a mulher antropóloga aparece no primeiro parágrafo e depois vira "fumaça, fumaça, fumaça..." - momento homenagem). Da mesma forma, a filha, que só recebe como referência o rótulo de ser normal, é um nada. E mesmo o filho, razão e tema do livro premiado, é um atalho por vezes embaçado para a grande descrição de si, deste narrador autocentrado, seus desejos, seus sonhos frustrados, seu grande livro sobre ele mesmo, o grande homem, o perdido, o frustrado, o que precisou aprender a viver com a dor da imperfeição.

Sei lá, achei que se trata de um livro sobre uma forma cultural masculina de pensar o mundo. Egóica e, ainda que emocionante e bem escrita, irritante, por lembrar esse grande umbigo homásculo. Não à toa está lá o futebol como grande metáfora da comunhão masculina. No fim das contas, num senti empatia pelo narrador, coisa rara comigo num livro, inda mais com tema pungente. Me lembrou, de certa forma, mau-humor que tive com o maestro filho da puta de Valsa negra, de Patrícia Mello. Confesso que este último foi capaz de me despertar mais compaixão do que o pai umbiguento do filho eternamente secundário na trama de Tezza. Gostei, mas num lia de novo, não.
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Num sei quem são, alguém me passou por email, mas adoro essa bobeira!
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Quando tive a idéia de criar o Baiúca, e isso foi muuuito antes do post do "agora vai" lá de 2004, pensei em criar um blog principalmente pra poder falar das coisas absurdas que cotidianamente lemos, vemos, recebemos midiaticamente ou não.

A inspiração foi uma nota surreal em um jornal desses de bairros, que são distribuídos gratuitamente na padaria, aqui de Niterói, que peguei e li na praia. Numa coluna, a autora, cujo nome não me lembro, compôs uma nota que era uma pérola de ponta a ponta, algo sobre discriminação. Infelizmente, não achei mais o recorte com a tal nota (sim, havia um recorte, pois havia o desejo de começar o blog comentando essa fatídica nota), mas gostaria de prestar uma singela homenagem ao seu texto, ao menos à sua frase inicial, que era mais ou menos assim:

"Há quem diga que o preconceito não é uma coisa boa."

Essa frase impressionante nunca me abandonou. Infelizmente, como já disse, não tenho o restante, era do mesmo naipe, mas um brinquinho em termos de falta de noção.

Assim, o sonho do blog era esse, o de gongar falas e falantes, imagens e aparecentes. Nunca tive tempo e talvez talento pra fazer isso direito. Agora tô aqui dando umas peruadas, mas timidamente.

No entanto, tive o prazer de descobrir que tem gente com tempo e talento de sobra pra gongar essa gente tudo. Vou elencar abaixo os meus três blogs favoritíssimos. Leio todo dia. Queria ser essa gente debochada. São meus ídolos. Sem eles, minha vida - e a de muita gente - seria muito, mas muito pior. Obrigada, meus reis!

- Te dou um dado? - o melhor de todos, disparado, sou doida por essa gente, em especial Tia Lelê e Tia Polly.

- Kibeloco - adoro! Principalmente os vídeos. (http://twitter.com/kibeloco)

- Katylene - quando acerta a mão, me faz rir por muito tempo. Sinto falta do velho e inesquecível, o campeão dos campeões, papelpobre. Mas esse tb me dá muitas alegrias. (http://www.twitter.com/katylene)

Esses três num é só questão de recomendação, é de salvação mesmo!
Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
Dando um toque ancestral à série, postamos agora a magistral pintura "Intriga", de James Ensor, de 1911, a caracterização perfeita das gentes falsas do mundo. ADORO!

Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
Acabei de conhecer, a partir de um coment num dos posts abaixo, o blog da Carol (@calooka), tb minha aluna, que se chama "Quando ela escreve... exerce sua coragem e desafia seus medos". Os textos bonitos e bem escritos revelam a sensibilidade da autora. Outro que recomendarei aí nas Sugestões da Casa e que vira e mexe visitarei.

Bom de blog é, dentre outras coisas, conhecer blogs alheios tão legais. :) é, tô gostando dessa experiência.
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Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:

Ano passado, vendemos nossa casa de família em Rio das Ostras, essa que está aí em cima com o inesquecível solzinho da tarde no quintal com as árvores ao fundo. Era uma casa de exatos 30 anos, construída em 1978, na qual planejei morar um dia e na qual passei tb muitos, mas muitos incontáveis bons momentos.

Sofri bastante com a venda dessa casa. Por diversos motivos, mas principalmente por ser a última de nossas casas de infância (sim, somos uma família com casas de infância) e por significar o fim desse sonho de lá morar, desfrutar a beleza daquele lugar quase mítico em meu imaginário, com o fim de tarde olhando o sol se pôr atrás do morro do gigante na praia da Tartaruga. Sabia que sentiria falta dos passeios em Costa Azul, dos almoços no restaurante Pôr-do-sol, em frente ao rio de Barra de São João, da casquinha de Siri no Casa da Praia, na praia do Cemitério, das caminhadas da minha casa até a praia do Bosque, do sorvete da Paradinha, da pracinha que a prefeitura nova fez questão de destruir, na qual, antes, as andorinhas vinham fazer revoada todo fim de tarde, do vento na varanda de minha casa, do solzinho, esse aí da foto de cima, no quintal ao entardecer, dos peixes na parede azul, da feirinha na Av. Amazonas, eita, é muita recordação que gosto de trazer aqui comigo. Lamentei e chorei me desfazer dessa casa, sinceramente.

Mas a vida é isso aí, eis o que estou de fato aprendendo nesse ano. "As coisas se transformam", como dizia o velho Oswaldão, "e isso num é bom nem mau". Custei a entender o verso antigo que cantarolei tantas vezes de olho fechado, hahaha. Hoje entendo. Segue aí girando a roda da vida, estou aprendendo a viver com isso. E também a festejar o novo, o possível, o melhor.

Essa casa amada se transformou em outra casa amada, esse ap no qual agora escrevo esse post aqui em Cabo Frio e que aparece aí embaixo, na foto bonitinha. Adoro o sol na varanda pela manhã, gosto da decoração gracinha que minha mãe criou, amo estar aqui em família e com os que amo, estou com muita vontade de trazer novos amigos aqui (os que vieram adoraram), já panhei amizade nesse lugar pertinho da Passagem, amo ficar sentada de tarde na varanda sentindo o vento e ouvindo meu MP3, AMO a praia das conchas, adoro caminhar pelo canal, acho a praia do forte linda mesmo qdo lotada, enfim, estou aqui costurando esse meu novo amor com esse lugar. Acho que essa história está indo de vento em popa.

Parte da lição: o fim do sonho da infância não precisa significar a morte dos sonhos. Mas um outro sonhar, com outras cores e lugares, amadurecendo o gostar, aprendendo a olhar mas com as vantagens dos quarenta anos, essa mistura de malandragem com sabedoria, mesclada com angústia e estupefação. É isso aí, bom mesmo é aprender, com saúde e disposição.
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Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
Acabei de conhecer, através de dica de minha aluna @stephieborges, o blog "Outras levezas - recortes, influências & delicadezas insustentáveis", editado por ela, que, conforme consta na sua apresentação, apresenta nos posts "recortes: trechos, poemas, canções, cenas" de uma pá de gente bamba, como Ítalo Calvino, Florbela Espanca, Ana Cristina César, Mário de Andrade e por aí vai. Curtinhos e bons de ler on-line, os fragmentos são daqueles que dão aquela travinha na alma. Gostei, linkei, recomendei e vou ver sempre!
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mais uma da série de sucesso na blogsfera (o que prova q todo mundo conhece uma figura falsinha dessas na vida, hehe):

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A dica maravilhosa foi do Francis, hahaha. Adorei!

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Mais uma. Tá quase acabando, mas me diverte mucho. Cuidado com os que se mascaram, minha gente!

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aeeeeeeh!!! consegui um template maravilhoso pro blog, agora está ficando como eu queria!!!! Vida longa ao Baiúca. O q vcs acharam?
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Eles foram meus alunos e estagiários (ou meus ou dos laboratórios vizinhos, que comandávamos na UCB, eu, Cassia, Alice e Homero, tempos bons!). Hoje são profissionais de primeira e continuam meus amigos. Acompanho suas trajetórias com orgulho, porque sei que não perderam o que têm de melhor: vontade de aprender, olhar crítico, iniciativa pra empreender e bom-humor. Sou fã dos três e recomendo muito os seus blogs, que estão ao lado aí nas Sugestões da Casa. Vale a pena conhecer:

- Espetaculosas - o blog editado pela Tati Bruzzi (@espetaculosas) tem notícias, comentários, fotos etc.

- Babelturbo - este é o blog editado pelo @muriloribeiro, com notícias, opiniões, deboches, enquetes e por aí vai.

- Ponto. Vírgula, e reticências... - tb com notícias, opiniões e muito humor, este é o blog editado pela @luribeiro.
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mais uma, dessa vez com bjos para a família do @leoeki rir mais um pouco (valeu, Leo!).

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Pra não ficar aqui numa vibe muito ególatra, mais do que já vai rolar pq é inevitável, vou publicar coisas alheias preferidas. Pra começar, o poema dos poemas, o mais preferido de todos, "O Pastor Amoroso", Fernando Pessoa na pele de Alberto Caeiro. Morro tda vez que leio!


é só clicar aqui.


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Fiz essa foto na Galícia, quando estive em Santiago da Compostela em 2006 para um congresso. ATÓRON!


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Mais uma foto enviada por email, pra gente lembrar de ficar com um olho no peixe e outro no gato perto de certas entidades que nos rodeiam. ;-)


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resmungo 1: Ontem fui ver Divã no Plaza. Gostei muito e me identifiquei por demais. Chorei pra caramba e achei a abordagem sensível. E Lilia Cabral dá um show. Vou te contar, essa história de terapia dá uma viradinha mesmo na vida da gente, quem diria!

resmungo 2: ontem passei por um outdoor perto do Multishopping aqui em Itaipu em que uma apaixonada publicou um recado de amor, pelo dia dos namorados, para seu "castorzinho". Dou força pro romantismo, embora tenha achado o layout um pouco over, mas o que queria destacar mesmo são as frases finais da "homenagi". A apaixonada aspeou "eu te amo calado" e colocou entre parênteses a autoria (Lulu Santos). E abaixo, sem aspas, declarou: Viver e não ter a vergonha de ser feliz/ Cantar a beleza de ser um eterno aprendiz, tb sem parênteses e sem autoria . Deve ser dela isso, né? Termina com ela, Castorzinho! "Corre que é cilada, Bino" (ou não devo colocar aspas e fingir q é meu?
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Gosto por demais
desse GT da Compós.
Em três palavras:
partilha. delicadeza. diversão.

(Ana Lucia Enne, em 03/06/09)
Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
Fiz essa foto há uns dois anos, na casa de Marialva em Maricá. Gosto muito dela porque me lembra meu olhar para o mundo, enquadrando e emuldurando o que minha retina consegue captar.

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recebi uma seqüência (seguindo o povo do TDD?, "trema, meu amor, nunca te abandonarei") de fotos com esse título, por email, que amei. Vou publicando aos poucos, pra extravasar.


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Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:

momento desabafo: tem gente que me exaspera, eu juro. Porra, tá vendo que estou passando por problemas de saúde, que num tô respondendo email, que tô quieta, que tô cuidando de mim, mas insiste em me demandar coisa. Porra, sempre tento ser compreensiva e ajudar, mas tem horas que passa de todos os limites. É um egocentrismo impressionante.

Em que momento passei a ser a grande devedora desse povo todo, caralho???

O mais impressionante é que quase não solicito coisas das pessoas, dificilmente peço, sou super na minha com as demandas para o alheio, só solicito qdo é muito urgente e necessário, fora isso tento me virar.

Mas o povo num faz cerimônia. Se é desconhecido meu, num tem o menor constrangimento de me mandar email ou scrap me pedindo favor como se fosse amigo íntimo; se é conhecido, e sabedor de tantas vezes em que já ajudei e fui prestativa, mesmo acompanhando meu momento e meu silêncio, não se furta de me procurar, insistir, constranger.

De coração, sem problemas em escrever isso: fora meus amigos, a quem atendo sempre com prazer, peço aos demais solicitadores irritantes que, por favor, me deixem em paz. Claro que não estou falando de compromissos profissionais, demandas de meus alunos, isso é da vida, atendo sempre com prazer e respeito. Estou falando desses pedintes de causa própria, esse povo que quer atenção para seus problemas a todo custo, mesmo percebendo meu silêncio e necessidade de ficar na minha.

É preciso sensibilidade para perceber o outro. Meu momento é de reclusão, pouco estresse, relaxamento, menos solicitações. Quem puder entender, beleza. Quem não, foda-se.
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Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:

Dizem de áries
isso mesmo.
Que é impulsivo,
espontâneo e arrebatador.
Não tem medidas,
troca os pés pelas mãos,
faz ponte onde há abismos,
e onde não faz pontes,
voa.
Dizem de áries
que seu coração é enorme
e de manteiga.
Que é fiel de doer
enquanto outra paixão
- a maior de sua vida, sempre -
não lhe acena no metrô,
na mesa do bar, no curso de filosofia
ou na porta do caos.
Arianos não se equivocam,
gostam de mandar,
não aceitam recusas
e sonham com a perfeição.
Frases do senso-comum,
meias-verdades,
o ariano é o que vê cores
sobre o cinza,
que planeja o poente
sem o sol ter nascido.
O que você diz do ariano
é isso mesmo.
Ele é quente e amoroso
um meninão sadio
que procura a chupeta onde ela sempre está.
Um chorão, um emocionado perpétuo.
Esse apaixonado desmedido.

(Ana Lucia Enne, em 14/03/1993 - poeminha antigo, que fiz em homenagem à Gladys, maravilhosa professora e amiga, ariana retada)
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Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:

Essa menina
é uma menina.
Sonhadora, crédula, confiante.
Sorriu e ofereceu cigarro.
Vapt, devolveu a vida:
porrada!
Não merecia. Ninguém merece.
Mas é uma menina
sonhadora, crédula, confiante.
E a vida é azougue,
perversinha que só,
tira o tapete tecido pelo sonho
com o martelo duro da realidade;
atravessa o samba
com a mão dura da intolerância;
corta o riso franco
com o braço forte da perversão;
corrói a crença aberta
com a aspereza da miséria do mundo.
Poucas vezes senti tamanha tristeza
como a que senti na dor
dessa menina risonha.
O medo gratuito.
Não podemos permitir sua vitória.
Eis minha mão,
menina querida,
não é dura, nem áspera nem forte.
É gordinha, tenra e quente
e está sempre pronta
a segurar a sua.
Como a minha
outras tantas frágeis mãos
são tuas companhias
para atravessar a longa estrada
dos dias ruins.
Vão te segurar
para que sigas
menina.
Crédula, sonhadora, confiante
Uma das melhores
pessoas que já vi no mundo
que, sem teu olhar luminoso,
fica bem mais sombrio.
Portanto, menina querida,
amada companheira de noites de luz,
eis minha mão na sua.
Vamos seguindo
e dando uma rasteira neste
mundo doido.
Cambaleando, mas com firmeza
em nossos sonhos, princípios, fé.
Nessa história de incertezas,
temos uma:
não somos nós as erradas.
Crer, confiar, sonhar.
Temos esses valores de meninas.
Não vamos perdê-los.
Somos melhores por isso.
Não vamos nos apequenar.
Aí sim,
a vida perversa daria gritos de
júbilo,
pois teria, enfim, vencido.
E isso nós não merecemos mesmo.


(Ana Lucia Enne - em 03/06/09)
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Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:

Brasileiramente, segundo o governo federal, não desistimos nunca. Portanto, eis-nos aqui tentando recomeçar nosso blog. O Baiúca é pra ser um espaço de expressão aleatória, pra eu comentar, lamentar e comemorar tudo o que eu tiver a fim. Meter o pau no alheio, resmungar sobre a vida e sobre a mídia, dar pitaco na vida dos outros, publicar meus poemas e minhas imagens, enfim, um lugar meio pra nada mas que eu quero que exista.

Sejam bem-vindos ao meu botequim poético, essa criação cotidiana de mim!
Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
Gosto muito de estudar.
Ler. Ver. Pensar. Discutir.
Meu olho é hiper-ativo,
gosto bem de ir vendo tudo,
como o pastor amoroso do Pessoa,
mas aceleradamente,
como o zapeador pós-moderno.
Adoro ouvir o outro.
Contemplar. Prestar atenção. Dispersar.
Zapeio com o olho concentrado
os clipes cotidianos da vida,
venham mediatizados ou não.
Não recuo. Amo livro, TV, jornal,
cinema, rádio, revista, internet
(teatro num gosto não, prontofalei).
Sou filha agradecida
das mídias e das tecnologias.
E gosto também do calorzão
da interação face-a-face.
Eu toco muito. Abraço. Beijo. Aliso.
Ronrono quando me tocam. Abraçam.
Beijam. Alisam. Muito.
No MP3, a trilha que embala
meu olhar diurno para o horizonte
nas caminhadas, numa varanda
que me dê mole, na praia aberta,
ou meu olhar noturno para desafiar
a escuridão.
Não veto o sensório.
Não recuo (por vezes sim)
do experimentar.
Brinco com tudo que me fala.
Não temo o discurso.
Me embalo nele.
Sou curiosa e entregue,
valorizo e agradeço
poder aprender.
E amo também
distribuir. Partilhar. Escambar
tudo que aprendo.
Por isso, nunca canso
de ensinar.
Ser professora é o que completa
meu desejo permanente
de aprender.
Vivo para isso, e agradeço.
Mas, vez por outra,
emerge em meio a esse jogo lúdico
de aprender aprendendo e ensinando
as figuras opacas
seres sem luz
esses pocinhos rasos de vaidade oca
nada a dizer, nada sabem
porque nada aprendem
nada ensinam, porque nada sabem
porque nada aprendem.
Fechados em suas imagens de espelho
simulacros do nada,
espelhos de auto-atribuição
os falsos leoninos
de porra nenhuma.
Mas pavões,
arrotando sua mediocridade
falso ar blasé
inseguros porque lá em suas profundezas
o espelho quebrado
corrompe o álibi da conotação:
são umas grandecíssimas merdas,
e sabem disso.
Mas simulam. Posam. Mascaram.
Cabotinos. Enormes fariseus.
Tento não vê-los, não reparar neles,
porque quando se anunciam
no meu campo de visão
embrulham meu estômago
me irritam o olhar
pertubam meu play-ground acadêmico
essa grande brincadeira
que é aprender e ensinar
esse parquinho de afetos
de amigos e alunos
esse cantinho encantado
de menino curioso
que sempre se maravilha com a palavra nova,
com o inusitado do nunca visto,
com a percepção do novo no visto tantas vezes.
Essas falsas e óbvias esfinges
atrapalham a farra do saber.
Hei de conseguir
uma capa invisível de Harry Potter
que me esconda
quando suas sombras dissimuladas de dementadores
se fizerem sentir.
Mas, de preferência,
que os esconda
essas estúpidas figuras
esses simulacros de merda nenhuma
ausência qualquer de representação.

(Ana Lucia Enne - em 03/06/09)

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