Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
No capítulo de ontem, sábado, 21 de dezembro, na novela Amor à vida, Felix debochou da árvore de natal branca, "cafona", que Márcia estava montando, e nostálgico lembrou das árvores de natal que sua mãe montava em sua casa, pinheiros gigantes, verdinhos, hehehe. A cena foi ótima, os dois atores deram o show de sempre (Mateus Solano e Elisabeth Savalla, seus lindos, vcs estão salvando aquela novela pavorosa!), e me fez lembrar minha própria história com árvores de natal, ligadas à minha mãe Maria Lucia.

Minha mãe é fã do Natal. Sempre foi. Até hoje. Mexi com ela outro dia dizendo que Papai Noel tava mandando um abraço de agradecimento pra ela porque no decorrer do mês de dezembro ela era praticamente a única, no Facebook, a falar frequentemente do Natal e de suas mensagens positivas, hehe. Ela sempre fez com que em nossa vida familiar (e de muitos de nossos amigos, em especial em nossa infância em Conceição de Macabu) os natais fossem especiais. E não pelos presentes (embora também), e não pela comida (embora também), mas pelo clima de festa e alegria que nos ensinou a partilhar. E a árvore sempre foi parte desse clima.

Ela já fez uma árvore com moedas de chocolate (no ano do Plano Cruzado, hahaha). Outra só com bombom. Ano passado fez uma com corações de pano com nossos retratos costurados em cada coração (que depois ganhamos de presente, o meu tá em cima da prateleira do meu computador de mesa, só me lembrando esse amor maravilhoso). Claro que escondemos o coração com o retrato de nosso primo Lucio, no dia em que ele nos visitou, só pra ele achar que foi esquecido, hahaha, claro que a maldade durou só um pouco, depois mostramos que ele também tinha direito a um coração, implicância antiga entre primos-irmãos, hahahaha. Esse ano fez árvore com borboletas, como mostro na foto no fim desse post. Enfim, é uma inventadeira.

Mas tem um natal e uma árvore em especial, que quero lembrar aqui. E foi a árvore branca da Márcia da novela que me lembrou dela, hahaha. Foi num natal há muitos anos, em nossa casa em Macabu. Era uma árvore branca, e já tava bem estropiada, coitada! Mamãe teve uma ideia de ouro: resolveu enfeitar a árvore com doces, dos mais diversos tipos. Tinha bombom, batom, flumelo, caramelo de leite, jujuba, pirulito etc. Muitos. Cada galho tava lotado desses doces. Estávamos todos, meus irmãos e primos, na fase dos 8, 10, 12 anos, hahaha. Passamos os dias anteriores ao natal sondando a árvore, cachorro olhando frango de padaria, gulosos e sonhadores, mas ninguém buliu nadica na árvore, que tava proibido e o que mamãe falava era lei.

Aí chegou a noite do dia 25. Uma certa hora, no decorrer da ceia, mamãe gritou: "crianças, vamos pegar os doces na árvore. Façam fila, um por um, cada um pega um doce e vai pro fim da fila de novo, pra pegar mais". Isso umas vinte crianças. Tudo ia mais ou menos bem quando começou o empurra-purra, a confusão, as crianças tentando furar fila, minha mãe tentou organizar umas duas vezes, por fim, aquariana que só, falou: "ah, chega! Atacaaaaaaaaaaaaaaaaar". E liberou geral pra criançada dar na árvore.

A cena que se seguiu foi inesquecível. Vinte crianças escalpelaram em minutos uma árvore de natal, cada uma que conseguia pegava um galho cheio de doce pendurado e saía correndo pela casa, carregando o seu troféu de guerra, sendo perseguida por outras em disputa, hahahahahaha. Eu e meu primo Lucio (o mesmo do coração escondido lá de cima) corríamos berrando, cúmplices sempre: "mear, mear", o que significava: "pega qualquer coisa, não escolhe, depois a gente divide", hahahahaha. O ápice da loucura: entro no quarto e vejo minha avó se trocando com uma criança por um flumelo, os dois no puxa pra aqui, puxa pra lá, disputa dura, hahahahaha.

Foi uma noite inesquecível, aqueles vinte demoninhos correndo pela casa, a sensação ao final quando repartimos o butim, pra mim aquele foi um natal com gosto de flumelo, jamais esquecerei. :)

Mas pensa que acabou? Não. No dia seguinte a mãe aquariana, vendo aquele cadáver de árvore, com os galhos todos retorcidos, resolve que é hora de fazer o enterro da árvore, com uma fogueira da mesma no quintal. Com as crianças em volta dançando e cantando. Cantando música natalina, com certeza, mas também de festa junina e até o hino nacional, hahahahha. Ela só assistindo e rindo da janela da cozinha.

Até que resolvemos pular fogueira. O piso do quintal era de cimento, já meio com limo. Quando meu amigo Johnny foi pular, o pé dele escorregou no limo e e ele abriu um espaguete em cima da fogueira, e as crianças más (eu, irmão e primos), nós, num deixamos ele ir pra lado nenhum, segurando e puxando as mãos dele, de maneira que ele ficou com a perna aberta, em espaguete, em cima da fogueira, tentando pular e berrando: "ai, ana, tá queimando meu pinto, tá queimando meu pinto", hahahahhaha. Soltamos o pobre rapidinho, nada de grave aconteceu, mas rimos por horas nesse dia.

Esta é uma lembrança inesquecível de natal. Sinto falta de nossa casa de Conceição e daquele natal em família. Mas minha mãe aquariana fez com que aqueles natais ficassem gravados em nossas mentes e corações, e de algum modo ela os recria anualmente, em sua casa em Niterói ou em seu perfil no FB. Papai Noel te manda um abraço de gratidão, mãe. Nós, também.


Marcadores: 2 comentários |