Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
Ainda não me conformei. Eu e parte do Brasil. Glória Perez tem sua parcela de culpa, com essa novela RIDÍCULA que é Salve Jorge. Mas não é nada disso. É que era boa mesmo Avenida Brasil. Que novela sensacional, inesquecível... Sinto falta de Carminha, especialmente, naquele show de Adriana Esteves. E de tudo, até do núcleo do Cadinho. Até de Monalisa!!!!! Num tem jeito, foi paixão na veia. Que nem Lost, que nem Friends.

E para marcar minha saudade, uma das pérolas daquela trilha sonora também inesquecível: a música tema de Tufão e Nina, que fico cantando no MP3 o dia inteiro, aos berros, até hoje.





Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
Poeminha que fiz durante a ABA, em SP, em julho/2012, que agora partilho aqui:


“Compensações”

E, por fim,
os motivos
tanto para levantar a cabeça
quanto para dar uma certa vergonha
quando se entristece a mais:
os amigos mais maravilhosos.
O dom de saber fazê-los,
e tê-los, e sê-los.
A família mais maravilhosa.
Ter saúde novamente.
Meus alunos amados.
Essa vocação.
Poder e saber pensar o mundo.
Sonhar.
Ser lúdica.
Saber rir.
Não passar dificuldades.
Ter tido a sorte.
Ter a obrigação de lutar pelo outro.
De me comover.
De não desistir de mudar o mundo.
De lutar.
E ter esse olhar
aberto, sempre pronto
curioso
e cheio de afeto.


Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:


Semana passada tive o prazer de rever Juliette Binoche em "A vida de outra mulher", comédia romântica melancólica bem gostosinha. Conclusão: essa mulher fez pacto, gente! Como envelhecer lindamente assim, Brasil???!!! Olha, parabéns a todos os envolvidos! :))) Babei!

E lembrei da primeira vez que vi JB no cinema, no inesquecível "A liberdade é azul", primeira parte da trilogia linda do Kieslowski, em 1993. Assisti com Gil, meu amorzão, no cinema do Plaza. Lembro que chegamos atrasadas, perdemos a primeira cena, do acidente de carro, e assistimos ao restante maravilhadas. No final, resolvemos emendar com o comecinho da outra sessão pra ver a cena inicial. Mas como tínhamos compromisso, só vimos essa cena mesmo e levantamos pra sair. Na hora, Gil, debochada, disse alto: "vambora, num quero mais ver esse filme, num suporto filme que tem acidente", para espanto e terror do povo todo intelectual que tava fazendo pose pra ver o filme. Nós morremos de rir. E ainda enguiçamos a escada rolante do Plaza. Enfim, vinte anos, aquela beleza de tempo de risos e bobagens e muito amor.

Juliette Binoche não fica feia, meu amor por Gil ainda é forte e lindo e eu ainda tenho uma alma de vinte anos. A vida pode ser tão boa, né?


Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
Ontem um amigo querido me escreveu dizendo que conheceu meu blog. Aí comentei com amiga amada que estava com saudade de escrever aqui no Baiúca. Aí hoje acordei com vontade de fazer uma série nova, com cenas passadas nessa nova Niterói. Porque Niterói mudou, assim como o mundo. E está repleta de pessoas neurotizadas, predadoras e capazes de atitudes surreais. Presenciei algumas, em diversas ocasiões. Vou repartir aqui.

Cena I

estou cruzando, com meu carro, a Av. Francisco da Cruz Nunes, na Região Oceânica, para entrar na rua do Hortifruti. Sinal aberto pra mim. Idiota avança o sinal. Quase bato. Tenho que dar aquela freada em cima. Enfio a mão na buzina. Idiota pára, abre o vidro, é um cinquentão esportivo numa picape. Olha pra mim e... a) pede desculpas?; b) me xinga?; c) acelera envergonhado?. Não. Faz uma careta pra mim e fica parado, até o sinal abrir pra ele e eu ficar no meio da pista, levando buzina de tudo quanto é lado. Passo entre os carros e balanço a cabeça, sem acreditar.

Cena II

estou caminhando matinalmente na Praia de Piratininga. É cedo ainda, o calçadão (força de expressão, porque depois das ressacas caminho pelos escombros) está vazio, só os caminhantes/corredores de sempre. A maioria de idosos, praticamente conheço todos. Passo por eles e dou bom dia, como faço sempre que caminho rotineiramente pelo mesmo lugar. Todos respondem, alguns sorriem, se sentem reconhecidos e cumprimentados. Passo por uma cinquentona. Digo bom dia. Ela me olha e responde agressiva: "Por quê? Não te conheço". Digo "ok, desculpe". Ela levanta a cabeça altiva e segue vitoriosa. Balanço a cabeça e penso: "ai, hoje vai ser um dia complexo". Sigo a caminhada, distribuo outros bons dias, e respondo a outros acenos. 

Cena III

nesse mesmo dia, mais tarde. Eu adivinhei que seria complexo, né? Estou no Hortifruti do centro. Na fila do caixa. Na minha frente, senhora com carrinho cheio vai descarregando seus produtos pra pagar. Eu com carrinho cheio. Atrás cinquentona com carrinho cheio. Vem um velhinho, bem velhinho, meio confuso com uma cestinha e quatro itens pingados na mesma. Olha pra mim e pergunta se eu me incomodo de deixar que ele passe antes de mim. Eu digo: "claro, o senhor pode passar sem problemas". Sinto uma mão no meu ombro. Cinquentona berra: "você me perguntou se eu concordo? Eu não concordo!". Volta seu ódio vespertino pro pobre senhor e aponta pra uma fila enorme no canto direito, a do caixa rápido, e diz: "vai pra lá, é pra lá que vc tem que ir". Ele pede desculpas, eu tento argumentar, ele me olha com ternura e me diz: "deixa, minha filha, prefiro assim, menos confusão. Mas muito obrigado, viu?". Segue então pro caixa rápido que vai demorar horrores. Olho com ódio para a mulher, mas deixo quieto.

Torno a me concentrar na caixa e na mulher da frente. Vejo que ela está com dificuldades físicas pra pegar os produtos no carrinho e colocar na esteira do caixa. Falo: "você quer ajuda?". A mulher da frente diz: "ah, quero sim, se vc não se incomodar. Fiz uma operação recentemente, ainda estou em fase de recuperação, então tá dificil fazer muito movimento". Começo a ajudar a mulher a tirar as coisas do carrinho. Ela passa tudo, paga, agradece e vai embora.

Começo a tirar as coisas do carrinho. Eu e a caixa comentamos sobre a situação da mulher, coitada, tendo que fazer compras sem condições físicas pra isso. Nisso uma voz me interrompe. É a cinquentona neurótica e histérica. Ela pergunta: 
- Escuta aqui, vc está com algum problema de karma?
Eu:
- Oi?
Ela:
- Só pode estar, pra querer estar ajudando todo mundo assim na rua. Só pode ser karma mal resolvido, tá precisando pagar alguma coisa, pra querer ficar ajudando assim.
Eu olho pra caixa, pasma. A caixa abre olhos estupefatos. Eu ignoro a histérica e digo pra caixa:
- É mole?
A caixa e eu começamos a rir muito. A caixa fala:
- Gente, é cada coisa.
Continuamos a rir. Cinquentona fica puta, mas num fala mais nada.
Termino de fazer o pagamento, agradeço à caixa, rimos novamente. Ignoro totalmente a louca e vou embora.
Eu disse que ia ser um dia complexo, né?

Cena IV

Estou indo para dar aula na faculdade, de manhã cedo. Ruas Mário Vianna e Santa Rosa totalmente paradas. Resolvo cortar pela João Pessoa, quando ainda dava mão sentido Paulo Cesar. A cada cruzamento da João Pessoa, então sem sinais de trânsito, paro para dar passagem para crianças escolares e seus responsáveis, muitas vezes avós. No terceiro cruzamento em que isso acontece, na esquina com Domingues de Sá, sinto um empurrão no meu carro por trás. É uma picape tentando passar por cima do meu pobre uno. Salto pra ver que diabos está acontecendo.
No carro, um cinquentão enlouquecido começa a berrar e me xingar, dizendo pra eu sair da frente, vaca!, ele vai perder a hora, piranha!, tirar a merda do meu carro da frente, vaca!. No banco do carona, a mulher me olha envergonhada. Os dois filhos no banco de trás estão boquiabertos. Trata-se de um dos "pais do Abel", que diariamente fazem misérias no trânsito com suas picapes pra deixar seus filhos na escola, e que se foda o resto do trânsito e da cidade! 
Enquanto ele xinga e berra, eu olho para a mulher no banco do lado, bem no olho e falo, baixo, mas ela escuta: "Tenho pena de você, amiga, por ter que aguentar esse idiota. Mas tem certeza de que vai deixar esse cara (friso bem esse trecho pra ela entender) educar seus filhos?". Ela me olha resignada. Ele me xinga mais. Saio, entro no meu carro, dou passagem e ele acelera feito louco, ainda me xingando. Pessoas na rua me olham pasmas e balançam a cabeça em solidariedade. Sigo adiante, com calma, parando nos cruzamentos. Pessoas agradecem. Chego na hora pra dar aula.

Por enquanto é só. Mas tem mais! Ah, nossa Niterói, que beleza, né? E os cinquentões, que estão terríveis???!!! ;)


Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
Era antevéspera do aniversário dela. Passaram a noite anterior na cama. A manhã de segunda também. Sem se soltarem. Ela chegou muito atrasada na reunião. Com cara de louca feliz. Saiu da reunião, tomou café com o amigo e voltou pra casa, pra mesma cama. Novamente sem se soltarem. Diziam, em êxtase, sorrindo, na dosagem mágica do amor: "sem espaço". Sem se soltarem, na felicidade plena, "sem espaço, sem espaço".
O que se passou depois daquele dia - o fim, o fim -, ela nunca conseguiu entender.
Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
adoro coments no blog, negativos ou positivos. Mas só permito os identificados. Anonimato pra comentar opinião alheia é covardia. Aqui só rola quem se posiciona, regras da casa. E quem coloca nome sem link, sem ser conhecido previamente, pra mim é anônimo tb. E num aceito grosseria gratuita em coment. Como disse, regras da casa. Apaguei muitos hoje. Gente chata! vai fazer um blog pra encher a paciência dos outros, peloamor!
Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:

Se isso num é ideologia ... não sei o que mais pode ser!

Mauro Ventura, em trecho de livro SOBRE INCÊNDIO no circo EM NITERÓI EM 1961 (ou seja, sobre um acontecimento que nada tem a ver com o contexto referente ao trecho abaixo, que aparece como quem não quer nada no meio do livro):

"Se não tivesse escapado do incêndio com a ajuda do pai, o comandante-geral da Polícia Militar (...) não teria se tornado um dos principais nomes da maior vitória das forças de segurança sobre o crime da história do estado do Rio, com a tomada da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão, em novembro de 2010" (p. 29).

???? Pode??????


E pra fechar meu coment sobre esse livro: como uma boa ideia e um bom material de pesquisa podem ser desperdiçados, vou te contar!