Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
Além de amar esse poema, "Chuva Oblíqua", de Fernando Pessoa, sempre uso essa parte IV no meus cursos de memória porque ele ajuda mt a entender a imbricação matéria e memória como aponta Henri Bergson. Então, já vou deixar separadinho aqui no Baiuca:

O maestro sacode a batuta,
E lânguida e triste a música rompe... Lembra-me a minha infância, aquele dia
Em que eu brincava ao pé de um muro de quintal
Atirando-lhe com uma bola que tinha dum lado
O deslizar dum cão verde, e do outro lado
Um cavalo azul a correr com um jockey amarelo...

Prossegue a música, e eis na minha infância
De repente entre mim e o maestro, muro branco,
Vai e vem a bola, ora um cão verde,
Ora um cavalo azul com um jockey amarelo...

Todo o teatro é o meu quintal, a minha infância
Está em todos os lugares, e a bola vem a tocar música,
Uma música triste e vaga que passeia no meu quintal
Vestida de cão tornando-se jockey amarelo...
(Tão rápida gira a bola entre mim e os músicos...)

Atiro-a de encontro à minha infância e ela
Atravessa o teatro todo que está aos meus pés
A brincar com um jockey amarelo e um cão verde
E um cavalo azul que aparece por cima do muro
Do meu quintal... E a música atira com bolas
À minha infância... E o muro do quintal é feito de gestos
De batuta e rotações confusas de cães verdes
E cavalos azuis e jockeys amarelos...

Todo o teatro é um muro branco de música
Por onde um cão verde corre atrás de minha saudade
Da minha infância, cavalo azul com um jockey amarelo...

E dum lado para o outro, da direita para a esquerda,
Donde há arvores e entre os ramos ao pé da copa
Com orquestras a tocar música,
Para onde há filas de bolas na loja onde comprei
E o homem da loja sorri entre as memórias da minha infância...

E a música cessa como um muro que desaba,
A bola rola pelo despenhadeiro dos meus sonhos interrompidos,
E do alto dum cavalo azul, o maestro, jockey amarelo tornando-se preto,
Agradece, pousando a batuta em cima da fuga dum muro,
E curva-se, sorrindo, com uma bola branca em cima da cabeça,
Bola branca que lhe desaparece pelas costas abaixo...


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Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
Este é um prato bem simples e gostoso de fazer. Serve pra refeição e pro lanche, pra comer com uma torradinha.

Ingredientes:
- 1 berinjela
- 1 abobrinha
- 2 tomates
- 1 cebola grande ou duas médias
- 1 pimentão amarelo ou vermelho
- 1 cabeça de alho
- 200g de vagem francesa (uns 15 a 20 favos)
- sal
- azeite
- queijo parmesão

Modo de fazer:

- em um tabuleiro, pique a berinjela, a abobrinha, os tomates (sem caroço), a cebola e o pimentão (sem caroço). Espalhe e misture bem. Pode cortar fininho ou em pedaços maiores, o que vc gostar mais.
- coloque entre os ingredientes picados os dentes de alho, com casca.
- por sobre os ingredientes, espalhe os favos de vagem.
- regue tudo com um pouco de azeite e salpique o sal a gosto (cuidado com o sódio, povo)
- por cima, espalhe o queijo parmesão (eu uso de meio a um pacotinho).
- leve ao forno coberto por papel laminado por 40 min. Quando completar 30 min, retire o papel laminado e deixe assar descoberto por mais 10 min.


E pronto! Delicioso, simples, nutritivo e barato!