Karina Limeira Brandão, mais conhecida como anaenne:
Para guardar para sempre e escapar do fluxo contínuo da linha do tempo do Facebook, reproduzo aqui texto que publiquei lá no dia 30 de novembro de 2014:
"Agora, com mais calma, posso escrever sobre o que Flora Daemon precisamente denominou de "bomba de afeto", que foi o que recebi na última quinta, no encerramento da aula de Mídia e Memória na graduação. Como disse brevemente num post naquele dia, conclui que Rodrigo Reduzino tinha razão quando me disse, em uma aula, que eu não tinha noção do que representava, do impacto que causava, do que significavam as aulas e as palavras que como professora eu partilhava. Este vídeo, misto de homenagem e trabalho, utilizando tanto na parte visual quanto na escrita que foi entregue em anexo LITERALMENTE TODOS OS AUTORES E CONCEITOS DO CURSO, foi feito por parte da turma (a partir de uma sugestão linda da Ohana Boy Oliveira). Como trabalho, ficou muito legal e ao final do período de 2014/2 partilharei a parte escrita e todas as explicações metodológicas sobre ele no nosso Blog do GRECOS, juntamente com outros trabalhos que se destacarem nas duas turmas, como sempre faço. Como trabalho, me confirmou o quanto a matéria falou com vcs, de forma intensa, foi maravilhoso perceber isso, e falarei sobre isso no blog do GRECOS mais pra frente. Mas como homenagem, queria comentar aqui que tenho sido agraciada, em minha vida docente, com momentos lindos, e que esse, sem dúvida, foi um dos mais especiais. Não só pelos depoimentos nos vídeos (inclusive os mentirosos, hahahaha, brincando com a questão da memória ser sempre invenção e com o fato de que sou assumidamente uma contadora de histórias que invento muito, como todo contador de histórias que se preze), que me emocionaram muito, mas pela reação nossa na sala no decorrer da exibição, com muita emoção e choro. Foi um daqueles momentos inesquecíveis da vida de professora, que, como bem descreveu o magistral Nick Hornby, traduz "aquele sentimento que tinha quando uma aula ia bem, quando tudo eram olhos brilhantes e uma concentração tão densa que parece quase úmida, alguma coisa que parece grudar na roupa". Foi tão denso e emocionante que minha pressão deu aquele seu pico mágico, hahaha, e tive que me segurar pra num passar mal e acabar com a festa do povo. Eu já estava emocionada com a aula forte e poderosa sobre a temática da morte, mídia e memória, que estava sendo dada pelos queridos Milton Batista e Flora Daemon a partir de suas pesquisas, e com aquela turma lotada e super atenta ao que estava sendo dito. O vídeo selou ritualmente aquela emoção "úmida", na tradução perfeita de Hornby. Mas também fiquei muito impressionada ao perceber como pequenos gestos de humanidade e afeto marcam as pessoas. Fiquei a noite de quinta rolando na cama pensando nisso. Como isso é importante, abraçar, ouvir, considerar, se preocupar, dar atenção, amar. Tem horas em que a UFF me enche as medidas, tem horas em que dá muita vontade de bicar tudo, esse negócio de produtividade é uma mesquinharia etc. Mas quando vejo uma resposta dessas, caramba, que coisa poderosa, sei que estou no caminho certo, e isso me anima pelos próximos dez anos! Obrigada, meus queridos alunos, amados, amadíssimos. Foi lindo, jamais esquecerei, vcs conseguiram marcar minha memória de forma midiática indelevelmente.  Não vou nominar cada um, porque seria injusto, mas queria conectar esse vídeo à nossa amada Ana Luisa Thomas Caetano, que com certeza teria amado participar dele. E dizer que vcs são o poder, curam, mudam o mundo, são vida e transformação. Tamo junto sempre! Obrigada, de todo coração, muito obrigada! PS: mas já não tenho idade, gente, vcs vão me matar, pestes! hahahahaa E obrigada também por todos os depoimentos no Facebook posteriores ao video, vcs são uma lindeza! Por fim, obrigada ao meu amigo Marildo Nercolini, que dividiu neste ano difícil de 2014 a matéria de Espaço, Memória e Identidade comigo no PPCULT, e que gravou o belo poema de Fernando Pessoa que encerra o vídeo!"